sábado, fevereiro 14, 2009

O Corpo Grita...

... talvez por isso a garganta dói... muito!
A garganta dói quando se fala demais ou então quando se cala demais! Além da dor vem a afonia, talvez para não falar o que não precisa ser ouvido pelo outro, outro que talvez nem ouça, pois seus ouvidos não decifram palavras escondidas, é, talvez não esteja acostumado a ouvir o que não é dito! Uma pena... são palavras bonitas, puras, engraçadas, sensíveis, espontâneas, inteligentes, misteriosas, apaixonadas (ou não)!
Logicamente a dor e a afonia vêm com todos os passados que estão presentes, tudo o que foi dito e tudo o que deixei de dizer; mesmo que isso passe, o que deixei de dizer no passado não pode ser dito no presente e o que já foi dito no presente não pode ser apagado do passado! Passado e Presente especiais... o que é especial?!
ESPECIAL - próprio, peculiar, característico, particular, exclusivo, privativo, singular, excelente, fora do comum.
Mas essa é a definição da lingua portuguesa, nem sempre o sentido da palavra é respeitado! Como muitas outras palavras que são usadas em vão... sem sentido... sem razão!
Um brinde à afonia!

MEMÓRIA
Amar o perdido
deixa confundido
este coração.

Nada pode o olvido
contra o sem sentido
apelo do Não.

As coisas tangíveis
tornam-se insensíveis
à palma da mão.

Mas as coisas findas,
muitos mais que lindas,
essas ficarão.
(Carlos Drummond de Andrade)

quarta-feira, fevereiro 11, 2009

POESIAS e AMORES...

Resolvi escrever aqui algumas poesias... muito antigas! Todas falam dos meus amores...
Essa eu imagino que possa ser do ano de 1988... 1989... por aí!

Entre sonhos e medos, realidade e fantasia
Imaginei alguém
Entre grutas e arco-íris, tristeza e alegria
Achei ninguém
Tive medo de sonhar, mas sonhei
Me vi na escuridão, entristeci
Mas chegou a alegria, mudei e me perdi
Entre cantos e janelas, olhei a multidão
Todos passam, correm, fogem da paixão
Entre pássaros e borboletas, voei alto
Plainei muito tempo, desequilibrei e caí
Tive pena de alguém, mas amei
Me vi chorando, odiei
Entre a decepção e a verdade
Vê-se que as pessoas representam tudo, até o que sentem
E quando erram, mentem
Tive receio de amar de novo, mas superei
Me vi caída, juntei forças e levantei
Entre a música e o silêncio
Ouvi grito e risada
Descobri que podia ser amada
Entre o tempo e os olhares
O corredor e os lugares
Senti vontade de lutar
Me vi sozinha, mas forte
Chamei a coragem e veio a sorte
Entre você e a chuva
Teu sorriso e tua timidez
Me vi apaixonada...
Outra vez!

segunda-feira, fevereiro 09, 2009

Hoje...

Mais uma vez parece que o paladar estava enganado... uma lástima!
Na verdade eu já pressentia que não se tratava de Fontana Fredda, mas eu tinha esperança que fosse ao menos um Chandon, parece que não!
As especificações do rótulo são confusas e talvez já estejam fracas, pois a safra não é recente. Mesmo assim, talvez eu ainda insista em alguns goles, pra ter certeza de não julgar precipitadamente... ok, isso pode ser apenas uma desculpa pra beber mais uma taça... mas não vai ser essa taça que vai me deixar embriagada.
Descartei a possibilidade de ser batida de ovo, porque apesar de não ser safra especial o gosto é agradável, não muito doce... nem muito seco, talvez por isso eu tenha me enganado, o sabor traiu minha percepção.
Preciso mesmo retomar minha teoria dos espumantes, treinar melhor minha percepção!
O problema das taças que já bebi é que me fizeram ficar perdida nas borbulhas de um ser que eu tinha esquecido, que já era um ser perdido, esse gosto trouxe idéias esquecidas e vontades reprimidas.
Agora é só esquecer o sabor... fechar a garrafa ou deixar evaporar!

"(...) é no líquido que somos desvendados..."
(Martha Medeiros)

Ontem...

O passado presente não foi assim tão terrível... e já que o coração não podia sangrar, pisei em um caco de vidro e cortei o pé! O corte do pé já fechou... já não há mais sangue!
O coração? Comportou-se bem, não fez escândalos, ficou calado, talvez tenha derramado uma só lágrima, de saudades... mas que logo secou... o calor era tanto que a fez evaporar! A saudade parecia recíproca... os olhos dizem tudo!

"Não é fácil
Não pensar em você
Não é fácil
É estranho
Não te contar meus planos
Não te encontrar..."
(Marisa Monte)